Putin apoia proposta que lhe permite permanecer no poder na Rússia depois de 2024
O presidente russo Vladimir Putin governa a Rússia desde a virada do século e seu mandato encerrará em 2024. Putin apoiou a proposta de emenda constitucional apresentada pela deputada Valentina Tereshkova que propôs acabar com o limite de mandato presidencial e alterar a constituição russa para permitir que Putin possa concorrer novamente à presidência.
Essa e outras emendas constitucionais serão votadas em 22 de abril.
Tais iniciativas tiveram início no parlamento, onde um deputado do partido no governo da Rússia propôs alterar a constituição de uma maneira que redefinisse a contagem do mandato presidencial de Putin para zero. Diante deste 'start', Putin anunciou que iria próprio parlamento conversar e lá ele fez um pronunciamento por três horas.
"Em princípio, essa opção seria possível, mas sob uma condição - se o tribunal constitucional der uma decisão oficial de que tal emenda não contradiz os princípios e principais disposições da constituição",
disse Putin. Ele também disse que a medida teria que ser aprovada pelo público em um referendum no próximo mês.
No discurso aos parlamentares na Duma do Estado, a câmara baixa do parlamento da Rússia controlada pelo Kremlin, Putin falou contra a eliminação dos limites de prazo de mandato presidencial, mas apoiou a idéia de rever o teto. A lei atual limita os presidentes a dois mandatos consecutivos.
Foi uma reviravolta surpreendente, para Putin, que sinalizara nos últimos meses, publicamente, que poderia realmente deixar a presidência. Em janeiro, Putin disse a um veterano da Segunda Guerra Mundial que estava preocupado com o retorno aos anos 80, quando os líderes do Kremlin "permaneceram no poder até o fim de seus dias" e não previam uma transição de poder.
Com a aquiescência de Putin à proposta da deputada, há poucas dúvidas de que a medida será aprovada. O apoio do tribunal constitucional provavelmente será uma chancela. E menos de uma hora depois de Putin ter abordado os parlamentares, a Duma aprovou a emenda como parte de uma revisão mais ampla da constituição da Rússia.
Tereshkova havia dito à Duma na 3ª feira:
"A própria existência de uma oportunidade para o atual presidente [ser reeleito], dada sua grande gravidade, seria um fator estabilizador para a nossa sociedade".
Putin apareceu na Duma depois que seu palestrante, Vyacheslav Volodin, ter anunciado uma pausa de 90 minutos na sessão para refletir sobre a proposta e ter dito que Putin viria à Duma para falar sobre isso.
"A emenda que Tereshkova apresentou requer uma consulta com o atual presidente",
disse Volodin.
A decisão vem após um esforço de meses para revisar a constituição da Rússia anunciada em janeiro por Putin, que os analistas acreditavam estar buscando outro assento no governo para manter o poder e garantir sua segurança pessoal depois de deixar a presidência.
Putin também disse na 3ª feira que se opôs a outras duas alterações à constituição da Rússia: uma que eliminaria completamente os limites do mandato presidencial e outra que proporcionaria eleições parlamentares rápidas.
O homem de 67 anos está no poder há 20 anos, tornando-se o líder mais antigo da Rússia desde o ditador soviético Josef Stalin.